Diabetes e hipertensão aumentam risco de danos cerebrais por Covid-19

Pesquisadores norte-americanos apresentam estudo que associa comorbidades a maior risco de danos neurológicos causados pelo novo coronavírus

Um estudo que será apresentado durante o encontro anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, entre os próximos dias 29 de novembro e 5 de dezembro, mostra que certas comorbidades podem aumentar o risco de complicações neurológicas causadas pela Covid-19. Segundo os autores, hipertensão e diabetes estão entre as principais ameaças. 

Embora o Sars-CoV-2 ataque primeiramente as células pulmonares, seus efeitos não se restringem a elas e podem se espalhar para outros órgãos, como já se sabe. “Embora as complicações no cérebro sejam raras, elas são uma consequência cada vez mais relatada e potencialmente devastadora da infecção por Covid-19”, comenta Colbey W. Freeman, principal autor do estudo e residente-chefe do Departamento de Radiologia da Escola de Medicina da Pensilvânia (EUA), em nota.

Para entenderem melhor o fenômeno, Freeman e seus colegas analisaram pacientes infectados pelo novo coronavírus que fizeram exames cerebrais entre janeiro a abril de 2020. Das 1.357 pessoas avaliadas, 81 foram identificadas com estado mental alterado e déficits neurológicos focais, como problemas de fala e visão.

Desses 81 indivíduos, 18 apresentaram problemas considerados emergenciais ou críticos, incluindo derrame, hemorragia e vasos sanguíneos bloqueados. Pelo menos metade dos pacientes tinha histórico de hipertensão e/ou diabetes tipo 2 e dois terços eram afrodescendentes. Dentre os casos analisados, três vieram a óbito durante a internação.

“A Covid-19 está associada a manifestações neurológicas. Hipertensão e diabetes tipo 2 são comuns em indivíduos que desenvolvem essas manifestações”, afirma Freeman. “Essas populações podem estar em maior risco de complicações neurológicas e devem ser monitoradas de perto”.

Os mecanismos exatos para os efeitos neurológicos do coronavírus ainda não são conhecidos e podem envolver vários fatores. A principal teoria é que a inflamação associada à infecção seja a grande causa. No estudo, os marcadores sanguíneos de inflamação foram elevados em pessoas com danos cerebrais.

“Quando seu corpo está em um estado inflamatório, ele produz todas essas moléculas chamadas citocinas para ajudar a recrutar o sistema imunológico e desempenhar sua função”, explica Freeman. “Infelizmente, se as citocinas são superproduzidas, a resposta imunológica começa a causar danos.”

Fonte: Galileu

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