Fortalecimento dos músculos e tecidos do assoalho pélvico favorece a saúde feminina; saiba dicas

Profissionais da área explicam como alguns procedimentos podem garantir uma melhor qualidade de vida para as mulheres

A fisioterapia pode ser necessária para as mais diferentes pessoas e em fases distintas da vida. Com relação à saúde da mulher, existem algumas especificações importantes. Ela pode ser utilizada para diagnóstico, tratamento e acompanhamento cinético funcional de disfunções apresentadas em diversas áreas do corpo, entre elas, os tecidos de suporte e órgãos pélvicos femininos em todas as fases.

A função do assoalho pélvico, por exemplo, está diretamente relacionada à continência de urina, fezes e gases; ao bom desempenho sexual; à sustentação do útero, bexiga e vísceras; ao funcionamento do intestino grosso e ao sucesso no parto vaginal.

Sendo assim, para que este mecanismo aconteça de maneira saudável, a professora do curso de fisioterapia da Universidade de Fortaleza, Luciana Mota, diz ser necessário que os músculos e tecidos da região sejam costumeiramente fortalecidos por meio da cinesioterapia.

Este processo, ela conta, se inicia com a consciência muscular e os movimentos de contração e relaxamento trabalhados na região pélvica, que são feitos em diferentes etapas e recursos terapêuticos.

Entre eles, a profissional destaca que a utilização de aparelhos com estimulação elétrica de superfície ou intracavitário são extremamente essenciais.

Disfunções

Na visão da professora Luciana Mota, situações como as de sobrecarga de atividades realizadas sentadas, que se tornaram comuns no extenso período de home office vivenciado por muitas mulheres nos últimos meses, podem gerar desequilíbrio de postura na região pélvica, ocasionar problemas circulatórios locais e sistêmicos, condições estas capazes de implicarem em dores, além de disfunções sexuais e urológicas.

Enquanto isso, a alimentação desequilibrada e a falta de atividade física específica, associadas ao estresse, aumentam as queixas proctológicas, a exemplo de constipação e hemorroidas, prejudicando a saúde gênito-urinária.

Já no caso das gestantes, a falta de acompanhamento fisioterápico pode interferir no aumento do número de cesarianas eletivas.

É por isso que, para além das queixas relacionadas a disfunções do assoalho pélvico, fisioterapeutas especialistas na saúde feminina tratam de incontinência urinária, fecal, de gases; prolapsos (queda) de órgãos pélvicos até dores gênito-urinárias (vaginismo e vulvodinia).

Incontinência urinária

Os diagnósticos para incontinência urinária, inclusive, são bastante comuns em mulheres idosas. Entretanto, a fisioterapeuta sugere que o olhar para essas alterações aconteça por toda a vida, inclusive, em crianças e adolescentes.”Entre mulheres adultas jovens têm sido comum a perda de urina relacionada a esportes de alto impacto quando não se trabalha concomitantemente o fortalecimento do assoalho pélvico”, revela.

Outra questão acontece durante a gestação e o parto, quando pode haver sobrecarga na região, sendo mais intensa quando há cortes perineais durante o período expulso do feto (episiotomia ou laceração nos graus mais avançados).

O número de gestações e partos, o ganho de peso e histórico do trabalho de parto são fatores importantes para pensarmos nos casos de incontinência”, afirma.

Os sintomas possíveis de indicação para incontinência urinária envolvem perda involuntária de urina, ou até mesmo durante esforço físico, tosse e espirro. Independentemente da situação, ocorrem as muitas idas ao banheiro, atrapalhando as atividades do dia a dia.

Controle

A bexiga é um órgão muscular liso, tem capacidade de armazenamento em torno de 500 a 600 ml. Conforme a fisioterapeuta, a medida que ela vai enchendo são enviados estímulos ao cérebro sobre esse volume. Portanto, é possível controlar o momento da micção, pois os estímulos atuam em conjunto no sistema nervoso somático e visceral.

Na realidade, ela aponta, não é bom prender a urina por muito tempo ou urinar no “primeiro aviso”. O ideal é manter uma rotina miccional. Para conhecer a rotina miccional existe um exame chamado diário Miccional, no qual são registrados e observados por três dias consecutivos os hábitos de ingestão, alimentação, micção e perda urinária.

Outra dica importante é não esperar os sintomas aparecerem para procurar o fisioterapeuta, já que uma avaliação e treinamento dos músculos do assoalho pélvico deveriam fazer parte da rotina de exercícios de qualquer mulher.”A resolução desses problemas consiste na avaliação criteriosa das condições clínicas de cada paciente, na definição da conduta fisioterapêutica mais adequada e no acompanhamento regular”, pontua.

Terapias

Para as mulheres em tratamento por incontinência urinária, a fisioterapeuta recomenda exercícios de mobilidade do quadril, respiratórios, alinhamento e organização postural, massagem perineal e consciência de contração.

“Os recursos auxiliam no alcance dos objetivos terapêuticos, proporcionando o fortalecimento de músculos específicos até o relaxamento muscular e analgesia”, conclui Luciana Mota.

Fonte: Diário do Nordeste

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